Eu já não creio mais... sombrio e calmo enfrento
O lábio ermo da prece, o peito ermo da crença _
A estrela rubra e imensa
De meu destino atroz, aspérrimo e sangrento!...
E embora sobre mim flamívoma suspensa
Em minh'alma os clarões fatais ela concentre,
Eu suporto-lhe bem o flamejante baque
Altivamente calmo entrincheirando-me entre
Uma canção de Byron
E um cálix de 'cognac'...
Não há dor que resista ao som de uma risada!
Depois, se me exarcebo!
e tremo e choro erguendo a prece à alma magoada,
Mais me dói essa dor, mais esse mal é acerbo!
Assim eu resolvi, indiferente e frio
Cheio de orgulho e 'spleen' como um banqueiro inglês,
Sepultar na ironia o pranto meu sombrio...
Por isso quando atroz na triste palidez
De minha fronte paira amarga idéia eu rio!.
E quando pouco a pouco
Essa idéia me abate e vence-me alterosa,
De amargores repleta eu rio como um louco...
E se ela ainda dói mais, e forte e tenebrosa
Soe ao último ideal da minh'alma anilar,
E vencer-me de todo
Então eu me ergo mais e desvairado o olhar
Divinamente doudo
Eu rio, rio muito até chorar!.