Tu Poema de Amor

  • Aumentar fuente
  • Fuente predeterminada
  • Disminuir fuente
Inicio . Euclides da Cunha A FLOR DO CÁRCERE

A FLOR DO CÁRCERE

Nascera ali no limo viridente

Dos muros da prisão como uma esmola

Da natureza a um coração que estiola

Aquela flor imaculada e olente...

 

E 'ele' que fora um bruto, e vil descrente,

Quanta vez, numa prece, ungido, cola

O lábio seco, na úmida corola

Daquela flor alvíssima e silente!...

 

E ele que sofre e para a dor existe

Quantas vezes no peito o pranto estanca!...

Quantas vezes na veia a febre acalma,

 

Fitando aquela flor tão pura e triste!...

Aquela estrela perfumada e branca,

Que cintila na noite de sua alma.