Tu Poema de Amor

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EU QUERO

Eu quero à doce luz dos vespertinos pálidos

Lançar-me, apaixonado, entre as sombras das matas

Berços feitos de flor e de carvalhos cálidos

Onde a Poesia dorme, aos cantos das cascatas.

 

Eu quero aí viver o meu viver funéreo,

Eu quero aí chorar os tristes prantos meus.

E envolto o coração nas sombras do mistério,

Sentir minh'alma erguer se entre a floresta de Deus!

 

Eu quero, da ingazeira erguida aos galhos úmidos,

Ouvir os cantos virgens da agreste patativa.

Da natureza eu quero, nos grandes seios túmidos,

Beber a Calma, o Bem, a Crença ardente a altiva.

 

Eu quero, eu quero ouvir o esbravejar das águas

Das asp'ras cachoeiras que irrompem do sertão.

E a minh'alma, cansada ao peso atroz das mágoas,

Silente adormecer no colo da so'idão.