Tu Poema de Amor

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Este, que um deus cruel arremessou à vida,

Marcando-o com o sinal da sua maldição,

- Este desabrochou como a erva má, nascida

Apenas para aos pés ser calcada no chão.

 

De motejo em motejo arrasta a alma ferida...

Sem constância no amor, dentro do coração

Sente, crespa, crescer a selva retorcida

Dos pensamentos maus, filhos da solidão.

 

Longos dias sem sol! noites de eterno luto!

Alma cega, perdida à toa no caminho!

Roto casco de nau, desprezado no mar!

 

E, árvore, acabará sem nunca dar um fruto;

E, homem, há de morrer como viveu: sozinho!

Sem ar! sem luz! sem Deus! sem fé! sem pão! sem lar!