Tu Poema de Amor

  • Aumentar fuente
  • Fuente predeterminada
  • Disminuir fuente

TÉDIO

Sobre minh'alma, como sobre um trono,

Senhor brutal, pesa o aborrecimento.

Como tardas em vir, último outono,

Lançar-me as folhas últimas ao vento!

 

Oh! dormir no silêncio e no abandono,

Só, sem um sonho, sem um pensamento,

E, no letargo do aniquilamento,

Ter, ó pedra, a quietude do teu sono!

 

Oh! deixar de sonhar o que não vejo!

Ter o sangue gelado, e a carne fria!

E, de uma luz crepuscular velada,

 

Deixar a alma dormir sem um desejo,

Ampla, fúnebre, lúgubre, vazia

Como uma catedral abandonada!.